Em 1922, foi um dos organizadores da Semana de Arte Moderna. Sob vaias do público, leu trechos do romance “Os Condenados”, mais tarde publicado com o nome de “Alma”
Em “Manifesto Antropófago”, obra-prima de Oswald de Andrade, a linguagem metafórica é explorada com poesia e humor. O objetivo era repensar a questão da dependência cultural do país. Segundo os críticos, o texto tinha influência da recém descoberta psicanálise de Sigmund Freud e do pensamento de Karl Max. Além disso, realçava a contradição da formação cultural brasileira
Entre 1926 e 1929, Oswald de Andrade foi casado com Tarsila do Amaral.. Ainda casado com Tarsila, Oswald se envolveu com Pagu e seu relacionamento não era nada convencional. A celebração do matrimônio com Pagu, foi realizada dentro do Cemitério da Consolação, em São Paulo.
Teatro "à frente do tempo"
Embora "O Rei da Vela" seja a peça mais famosa de Oswald, ela só foi encenada pela primeira vez em 1967, mais de 30 anos após ser escrita. Isso mostra como seu teatro era tão avançado e disruptivo que foi considerado incompreensível ou impraticável para o cenário teatral da época. O próprio Oswald dizia que sua obra não era para o "Brasil atual", mas para um futuro mais aberto às suas ideias.
Influência do dadaísmo
O teatro de Oswald trazia elementos do dadaísmo, movimento artístico que visava romper com as convenções estabelecidas. Ele usava ironia, absurdos e o ridículo como forma de crítica à burguesia brasileira e às suas relações com o capitalismo e o imperialismo.
O Rei da Vela como crítica ao capitalismo
A peça "O Rei da Vela" faz uma crítica feroz ao capitalismo e à exploração econômica, o que reflete as tensões políticas da época. O protagonista, Abelardo I, representa o novo burguês que, na era do capitalismo financeiro, explora tudo e todos, inclusive seus próprios valores e identidade.
Autocrítica ácida
Oswald não poupava nem a si mesmo em suas críticas. Ele tinha uma visão cínica e irônica sobre a própria elite da qual fazia parte. No final de sua vida, ele viveu dificuldades financeiras, o que pode ter intensificado sua autocrítica, refletida em suas obras.
Experiência e provocação teatral
Oswald acreditava que o teatro deveria provocar o público a questionar a sociedade e a política. Ele não tinha a intenção de entreter, mas sim de despertar uma consciência crítica. Suas peças eram recheadas de sátira, com diálogos muitas vezes nonsense, e escancaravam as contradições do sistema.
Oswald e o surrealismo brasileiro
Embora não diretamente ligado ao movimento surrealista europeu, Oswald de Andrade flertou com o surrealismo brasileiro em suas peças, criando cenas oníricas e desconexas, nas quais a lógica não era prioridade. Ele via o teatro como uma plataforma para a experimentação máxima, sem limites.
Essas curiosidades revelam um Oswald à frente de seu tempo, cujas provocações no palco ainda ressoam hoje. Seu legado como dramaturgo continua sendo redescoberto e valorizado pela ousadia com que desafiou normas e questionou os pilares da sociedade brasileira.
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